Quando mais
estamos certos e seguros daquilo que temos, mas perto estamos de o perder. É um
cliché, é verdade. Mas acontece diariamente nas nossas vidas. Acomodamo-nos,
diria mais, aburguesamo-nos e, mantemo-nos confortáveis no nosso lugar,
supostamente, cativo. Mas essa posição que assumimos como permanente e
duradoura é, de facto, ilusória.
Esta tomada de
consciência, apesar de não ser nenhuma epifania e, talvez também por isso, nem
sempre é suficiente para fazer destronar a nossa natureza mais hedonista e
fazer-nos abraçar por um pensamento mais orientado para uma certa volatilidade
da vida – a de que nada é certo e que temos a todo o momento de lutar, não só
por aquilo que ainda queremos atingir, mas também por tudo aquilo que já
atingirmos.
A este preceito
lançamos uma palavra, uma ideia, uma atitude, um comportamento que advogamos
como primordial para ter sucesso neste ano de 2014 – a palavra humbição. Este
neologismo consiste na junção das palavras ambição e humildade, mas vem de uma
adaptação directa do termo inglês humbition,
junção de humility e ambition.
A combinação
destas duas atitudes perante a vida – a ambição de vencer, de lutar, de não se
deixar acomodar e de perseverar por mais – e, a humildade para reconhecer os
erros, de aceitar os fracassos como parte do caminho, para reconhecer que somos
uma pequena partícula no universo e reconhecer também que as nossas vitórias
são também vitórias de todos aqueles que connosco estão; humildade para
perceber que ainda, e sempre, teremos um caminho a percorrer para continuar a
ter sucesso;
Quando falarmos
em humildade, não falamos obviamente em falsa modéstia, ou numa atitude “low
profile” por questões de estilo pessoal, mas numa humildade consistente, numa
atitude inteligente, perspicaz de reconhecer determinadas evidências em nós
(eventuais pontos de melhoria, pontos fracos) que nos permitirão crescer
continuadamente.
Claro, que
reconhecer o que temos que melhorar pressupõe uma excelente capacidade de ser auto-analisar
e, de nesse processo não nos fragilizarmos – este processo, aparentemente fácil
de compreender, é muito mal executado, primeiro devido ao desconhecimento de
determinados “ângulos mortos” relativamente a nós mesmos; e, segundo, por um
mecanismo de defesa que nos impede de assumir algo que pode prejudicar a
auto-imagem que temos de nós, isto é, se eu assumir perante mim mesmo que não
sou exactamente aquilo que acho que sou – estarei a assumir uma ruptura na
minha auto-estima;
É aqui que
poderá existir intervenção de uma ajuda externa, seja através da formação ou de
um processo mais personalizado, como o coaching, para colmatar os eventuais gaps entre aquilo que ainda não é ou faz
e, aquilo que gostaria de ser ou fazer – este processo pode ser mais ou menos
longo mediante o nível basal de cada individuo, isto é, de onde começa a sua
jornada de desenvolvimento e, da sua motivação intrínseca – esta sim decisiva
para continuamos a crescer - na maior parte das vezes é a motivação que fará sempre
a diferença entre o perdedor e o vencedor. O vencedor, apesar de perder, nunca
perde. Porque nunca desiste de crescer e de lutar por um lugar ao sol. Porque a
humbição é o seu nome do meio.
Nuno Gonçalves – Partner
Learnview
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